quarta-feira, 11 de março de 2009
Religiões
O momento de maior esplendor da Igreja em seus 2009 anos de história foi durante os séculos da Idade Média. Ela nomeava os reis, o Papa dispunha de exércitos e os povos da Terra submetiam-se a seu poder, movidos pela fé e pelo medo da excomunhão e do inferno. A Igreja queimava bruxas e hereges e quem mais desafiasse seus dogmas e seu poder. Não incorporou até hoje sequer uma prática democrática e sua organização é rigorosamente a mesma dos tempos medievais. O Sumo Pontífice reina em nome de Deus, como os reis reinavam por direito divino. E seu organograma é cheio de príncipes, condes e viscondes com os títulos de cardeais, arcebispos e bispos.
A separação da Igreja dos Estados modernos foi uma conquista que diminuiu o seu poder político e a liberdade de cultos reduziu a influência de uma única religião. Mas os novos cultos evangélicos, inspirados numa interpretação tendenciosa dos textos da Bíblia, são vetores de exploração dos humildes e do enriquecimento ilícito dos seus pastores. Em nosso país, avançam sobre a mídia e estão a se dar bem na política.
O sonho de todas as religiões é o poder político, no modelo de países como o Irã, o Afeganistão dos mujahidin e as outras repúblicas ou monarquias islâmicas.
As religiões amam o atraso.
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3 comentários:
É isso mesmo, consideradíssimo irmão! E as religiões não apenas amam o atraso; elas são o atraso.
Há anos e anos enfiei na cabeça esta verdade: uma pessoa inteligente e realmente honesta não pode ser religiosa.
As igrejas reúnem ladrões de um lado e cretinos do outro. Deus é apenas interjeição: Ó Deus!!!
Sou cristão por mera questão geográfico-histórica. Nasci em país colonizado por cristãos. Considero-me religioso à minha maneira. Sem pertencer a esta ou aquela seita. Genial a frase com a qual fechou o texto:
"As religiões amam o atraso"!
Recomendo o artigo Laicidade e poder, do meu amigo Luís Carlos Lopes, publicado no Carta Maior. Luís Carlos é historiador e professor da UFF.
http://tinyurl.com/b3h7zz
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