sexta-feira, 20 de março de 2009

Gordos


Numa época em que se cultivam os magros, os gordos sentem-se excluídos. Ao contrário dos séculos passados, quando homens e mulheres exibiam corpos redondos e pesados e os magros, suspeitos de tísica, eram olhados com desconfiança.

Hoje, é difícil para os gordos encontrar o tamanho certo de roupa porque são raros os três X nas gôndolas das lojas, enquanto proliferam os talhes médio e pequeno, como se o mundo fosse habitado por adolescentes desnutridos.

As cadeiras são geralmente muito pequenas e se transformam em aparelhos de tortura nas longas viagens de avião, quando os cintos de segurança mostram que também foram imaginados para passageiros abaixo de um peso decente. E as companhias aéreas, ao mesmo tempo em que diminuíram o espaço entre as filas, aumentaram o número de cadeiras. As diminutas refeições atualmente servidas a bordo denunciam a conspiração destinada a manter os passageiros em condição de extrema magreza, de modo a que possam caber nas poltronas e nos banheiros das aeronaves.

Estas são injustiças menores, quando confrontadas com as que são cometidas pelos exames de sangue. As taxas indicadoras de perigo teimam em permanecer altas e os médicos, antes mesmo de examinar um gordo, dizem que ele precisa perder algum peso.

Todas estas são reflexões sombrias que povoam meus pensamentos enquanto me preparo emocionalmente para, mais uma vez, entrar numa dieta cruel e desumana.

3 comentários:

Benjamin Buclet disse...

Força, Celso!!!
Sem saude, não tem saludo, nem tête de veau...
abraços

Bill Falcão disse...

KKKKKKKKKKKKKK!!!!!!!!! Este post quase me mata de rirrrr!!!
Deu pra visualizar bem a situação hahaha!!!
E tem o "espírito" que gosto de colocar lá no Jornal da Lua.
Posso republicar uma hora?
Aquele abraço!

Brigitte disse...

É isso mesmo Benjamin!
Nem tête de veau, nem andouillete AAAAA...
Beijo com saudades.