domingo, 22 de abril de 2012

Camus


Albert Camus teria se suicidado se um desastre de automovel não o tivesse matado em 1960. Em suas anotações de viagem à América do Sul, onde passou mais tempo no Brasil, ele confessa que seu pensamento girava em torno do absurdo da existência. A idéia do suicídio era recorrente.

De seus encontros sociais, revela a antipatia que sentiu em relação a Augusto Frederico Schmidt. Adorou Manuel Bandeira e Oswald de Andrade, admirou Murilo Mendes. Tentou compreender o país, algo difícil para um pensador de formação européia. Não conseguiu.

O que mais impressiona nas anotações em forma de diário que ele escreveu sobre essa viagem é a angústia na qual vivia em seu espaço interior. Escritor consagrado, prêmio Nobel, vedete dos acontecimentos literários nos quais foi recebido, ele não conseguia se defender da profunda, estranha, triste realidade que define a existência dos homens e pensava o tempo todo em se matar. Para ele, o juizo final acontece todos os dias.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

O corpo da carioca


O outono veio sem exibir a suavidade de outros anos e cede lugar à força do verão passado – tempestades na serra, pancadas ocasionais em Copacabana e o renitente calor de janeiro invadindo os dias de abril. As praias continuam cheias, turistas ocupam bares e hotéis.

Na mesa do Real, o amigo de Belo Horizonte fala da beleza do corpo das mulheres do Rio. Têm porte e andar diferentes. Não é dificil identificar na rua as mineiras e as paulistas, que estão sempre por aqui e têm um modo mais relaxado de caminhar enquanto as cariocas apuram o porte e valorizam o menear de quadris.

Aqui, o corpo das mulheres se desnuda por todo o longo verão e vem daí o cuidado em melhorar a beleza, os esportes e a ginástica nas academias. Ao contrário de São Paulo e Belo Horizonte, onde elas não se exibem tanto e tão nuas. O amigo assinala, também, a mistura racial que ajudou a aprimorar a forma do corpo da carioca.