quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Suicidios



A Lituania e a Coreia do Sul estão no topo da lista e há mais gente se matando na Bélgica, na França, nos Estados Unidos e na Finlandia do que no Brasil.  Seriam eles mais infelizes ou a consciência do mundo é mais aguda por lá do que aqui?

No Haiti e Honduras, praticamente não existem suicídios ao passo que no Japão, onde a vida parece bem melhor, há muito mais gente se recusando a continuar a viver. A lista com as estatísticas está aqui: http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_suicide_rate

Tive alguns amigos que se mataram e os admirei pela coragem que tiveram de sair de cena. Mas talvez Norman Mailer e Eduardo Garcia (good night, sweet prince) tivessem razão: a forma mais inteligente de se matar é beber até cair, pois no dia seguinte você amanhece vivo.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Velhos



Tenho envelhecido e acompanhado o envelhecimento da minha geração. Estamos sentindo a passagem do tempo, testemunhas do crescimento daquelas crianças que vimos nascer e se transformaram em adultos. Alguns de nós já se foram, outros esperam a vez.

Há o desafio de acompanhar o tempo presente e ainda há lugar para descobertas e decepções. Há os que tentam se manter contemporâneos, afinados com os dias de hoje e há os apegados a verdades absolutas de um tempo passado.

Os que não aceitam a idéia de mudança, não possuem dúvidas e tendem a  se tornar velhos hostis. A velhice significará para eles, cada vez mais, um poço de solidão.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A língua geral



A língua geral era o idioma mais falado no Brasil até 1757, quando o Marquês de Pombal a proibiu, expulsou os jesuitas e obrigou o país a falar português. Foram os bandeirantes que a disseminaram país afora e o Padre José de Anchieta escreveu a sua Arte de Gramática da Lingoa mais usada na costa do Brasil, pois queria ser entendido na catequese dos índios. A língua era essencialmente o tupi. Fernão Dias Paes Leme, dizem os registros, não falava português.

Depois da proibição, o velho idioma refugiou-se no dialeto caipira. Até hoje, no interior de São Paulo e em quase todo o Centro-Sul, os rr prounciados com lingua travada no céu da boca são resquícios da língua geral. Nas emissões de rádio e TV dessas regiões, e até na leitura de votos dos juizes do STF que vieram de São Paulo ou do interior, podemos ouvir ainda o eco das vozes do Brasil de antigamente.

sábado, 3 de novembro de 2012

Os predadores


São muitas as profecias do fim do mundo e todas prevêem grandes catástrofes de fogo e água, choque de planetas, batidas de meteoros. Há uma crescente consciência de que a espécie humana pode mesmo desaparecer e o próprio fenômeno da vida significaria  uma doença da crostra terrestre.

Tenho pensado que o nosso maior inimigo na competição pela existência na Terra é o inseto. Quando a humanidade não mais existir, destruida pela doenças, restarão as moscas, mosquitos, baratas, escorpiões, percevejos, maruins e gafanhotos.

Malária, febre amarela, dengue, encefalite japonesa, doença de chagas, doença do sono, leishmaniose, filariose são algumas poucas da infinidade de moléstias transmitidas pelos insetos, que são os verdadeiros predadores do homem.