Um galo castrado muito cedo em sua vida vem a se transformar no capão, ave que se encontra no vertice da piramide da gastronomia voltada aos bichos de pena. Minha experiencia com os capões remonta à infancia, mais precisamente à adolescencia em João Pessoa, pois não se costuma, no Sul do Brasil, capar os galos para torna'-los maiores e mais saborosos.
Tornei a me encontrar com um capão hoje, aqui em Cahors, na "brasserie" Le Relais, pois nesta região é costume, como ainda no Nordeste brasileiro, cria'-los soltos para depois comercializa'-los com a denominação "chapon fermier", assegurando-se que foi criado solto e na fazenda. Nada parecido com os frangos de granja, criados prisioneiros e alimentados com o estresse de não saberem se é dia ou se é noite, pois uma lampada acesa permanentemente sobre suas cabeças lhes rouba o sono, para faze-los comer sem cessar uma ração insipida e engordarem no mais curto espaço de tempo.
Este reencontro com o capão se deu depois de uma visita a Marcillac-sur-Céle, cidadezinha a 45 quilometros daqui, na margem do rio Céle, de belissima paisagem. De acordo com a informação do escritorio de turismo local, é um dos mais belos rios da Europa. Não conheço todos os rios da Europa, mas o Céle, pequeno e tranquilo, deve estar mesmo entre os mais bonitos.
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