terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Cotas para negros

Confesso que demorei um pouco a definir o que penso, nesse debate público sobre se devem ou não existir cotas para estudantes negros nas universidades. As posições como sempre se extremam e surgem os desvios ideológicos. A opinião conservadora, a Direita, como sempre, é contra. Alguns fundamentam sua posição na dificuldade de definir quem é ou não negro. Mas há que considerar o fato de que a população descendente de escravos, chamada pelo modismo cuidadoso de ‘afro-brasileira’, ou 'afro-descendente', tem sido marginalizada desde 1888, quando a lei abolicionista lhe devolveu a liberdade e a jogou nos guetos das cidades.
As oportunidades de progresso social para os negros do Brasil foram retiradas pelo preconceito que, ao contrario do que se diz e às vezes se pensa, é muito forte no Brasil. Há 120 anos o negro é tratado como cidadão de segunda classe. Está na hora de mudar esse quadro. As cotas representam um passo importante.

5 comentários:

Hugo Caldas disse...

Opinião a gente dá mesmo sem ninguém pedir. Não sou de Direita mas o bom senso me faz pensar que o pessoal que instituiu essa coisa ridícula de Cotas para Negros, tá variando. A dificuldade de definir quem é ou não negro, agoa é o de menos. Já engendraram que deverão embarcar no mesmo barco das cotas, os índios, os pobres (sic) e os alunos oriundos de escolas públicas. Tá certo, o problema existe. Mas desconfio que a solução seja outra. Tem mais é que voltar lá na base. Não se pode, em pleno século 21 ficar acreditando em varinha de condão. Atualmente já passam o aluno automaticamente de uma série para outra. A reprovação é proibida. As estatísticas tão orgulhosamente apresentadas (98% das crianças estão na escola) mas essas mesmas crianças são semi-analfabetas pois mal sabem assinar o próprio nome ao final do que antigamente se chamava Ginásio. E ler então é uma tragédia, não conseguem mesmo. Conclusão: Estamos na iminência de formar um bando médicos, engenheiros, advogados, etc. sejam negros, indios ou pobres, absolutamente incompetentes. Além do fato de ter um ranço preconceituoso ao contrário. Há que se trabalhar e muito para se obter mais do que um Cerificado de Torneiro Mecânico. Essa a nossa realidade aqui no Nordeste. Abração. Hugo

Unknown disse...

Faço minhas as palavras do considerado Hugo Caldas; cota para negros é produto da pieguice, esta que sempre vem montada na burrice. Abraço do Japi

Celso Japiassu disse...

Impressionante como a velhice às vezes vai nos tornando ícones do reacionarismo, este sim, gêmeo da burrice.

Unknown disse...

Ora, considerado blogueiro, Hugão e eu somos dois jovens; velho é você, que fica a retirar do baú assuntos mortos com os quais pretende dar um sentido à ociosidade.

Não existe racismo maior do que um branco se meter a defensor dos negros. Eu, se fosse um preto alfabetizado, iria ficar putíssimo com tal e falsa "proteção".

Não é porque ficou mole se formar nalguma coisa, sobraçar o canudo, exibir o anel no dedo que alguém, preto ou branco, vai viver da profissão. As cotas vão permitir que se atoche mais ainda a ignorância universidade adentro; teremos, somente o blogueiro e demais politicamente corretos não enxergam, muito mais miseráveis a vender cachorro-quente por aí. O marketing não ajudará muito: “Vamos ali na barraca do Dr. Tião...”.

Celso Japiassu disse...

Pois vocês, dois velhos perdidos na penumbra do preconceito e do obscurantismo político, não têm mais salvação. Vão permanecer para sempre no limbo da reação, defendendo as teses mais retrógradas, perseguindo formas de não mudar nada no mundo e afirmando absurdos, como "não existe racismo maior do que um branco se meter a defensor dos negros". Onde o prezado aprendeu isso? Na Ku-Klux-Khan?