quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Palavras sem fronteiras
Um livro muito interessante, fruto de paciente pesquisa feita pela embaixador Sergio Corrêa da Costa, Palavras sem fronteiras é um trabalho de linguística elaborado por quem não é linguista e o resultado é surpeendente. São 16 mil exemplos, retirados de 46 idiomas, de termos e expressões que significam a mesma coisa em quase todas as línguas do mundo.
Mocassim é uma palavra do vocabulário dos indios da America e que significa a mesma coisa nas mais diversas línguas, assim como maiô e maquete, do francês; airbag e baby doll, do inglês; academia e agenda, do latim; adagio e baritono, do italiano; aficionado e bolero, do espanhol; aspirina e bunker, do alemão; balalaika e troika, do russo. É uma enorme quantidade de palavras que usamos e que não nos damos conta da sua origem porque já estão incorporadas ao nosso vocabulário. Até línguas já desaparecidas, as línguas mortas como o sânscrito, dão sua contribuição, como é o caso de avatar e carma.
O francês é a língua que deu maior contribuição a este acervo de palavras internacionalizadas, seguido do inglês. O embaixador observa que o francês prepondera na definição das coisas do espírito, das artes, e o inglês designando coisas práticas, tecnológicas.
O livro estampa em epígrafe uma advertência de Philippe Rossillon que nos conduz a alguma meditação sobre o futuro da nossa própria língua: É preciso ser míope como os políticos para não pressentir que a longo prazo as línguas mais nobres, mas não utilizadas na pesquisa, na documentação e no ensino científicos e técnicos, serão rebaixadas ao atual papel do hindi e, talvez, daqui a cem anos, do quíchua.
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