quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Copacabana
O calor deu uma trégua mas demorou pouco e o termômetro volta a subir, pois este verão já se anunciava tão quente como os verões históricos que abafaram a cidade, quando se torna possível fritar um ovo nas calçadas.
As meninas estrangeiras das hospedarias do bairro, que vieram de países frios, estão vermelhas, encantadas com o calor. Algumas delas já se desfazem da primeira pele, como um pimentão levado a uma chama. Os bares, como sempre, estão lotados e já se ouve o batuque anunciando o carnaval.
Os quatro velhinhos gays que fazem ponto no bar da esquina tomam chope e riem maliciosamente, paqueram os garotos do subúrbio que saltam dos ônibus e do metrô em direção à praia. Um deles se abana com um leque, ereto e elegante. Marquinhos, louco, tenta desesperadamente dar um pouco de órdem ao trânsito e lança aos motoristas um olhar raivoso, ameaçador.
Copacabana consagra mais uma vez o verão na praia, nos bares e nas esquinas. Vive os seus pecados enquanto, em toda a sua preguiça, prepara-se para mais um ano de luta.
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Um comentário:
Copacabana seria um paraíso, se não fosse tão quente no verão. Nos oito anos que passei aí, creio que conheci todos os cantos do bairro, adorava descobrir novas ruas e praças, aqueles locais não mostrados nos postais. É uma cidade dentro de outra.
Mas o calor não tá só aí neste verão. Aqui em BH, geralmente fria, faz um calor bem semelhante ao que conheci aí nos anos 70.
O tal aquecimento global existe mesmo.
Aquele abraço!
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