domingo, 8 de fevereiro de 2009

Sonhos



Quando sonhamos, dá-se o despertar da nossa vida inconsciente. Quando conseguimos nos lembrar do que sonhamos, nem sempre a lembrança é de conteúdo lógico, que possua um desenrolar capaz de ser contado, algo que tenha começo, meio e fim. São sensações, visões e emoções encadeadas que formam estranho painel refletindo essa misteriosa vida que existe por baixo da nossa vida consciente. Não há tempo nem espaço definidos, só vivências interiores, longas e extraordinárias, que podem ocorrer durante o cochilo que dura apenas um segundo, o tempo de um cabecear, mas onde se sucedem experiências que parecem prolongadas num tempo infinito.

Parece que sonhamos durante o sono mais leve, aquele que surge logo que adormecemos e que retorna pouco antes do despertar. Do sonho do sono profundo, nada fica em nossa memória consciente. Mas desconfio que muitas das nossas reações espontâneas, os rápidos reflexos que às vezes possuimos diante da vida, muitas das resoluções que nos ocorrem diante de problemas complicados, são todos construidos pelas vivências que sonhamos, em sua linguagem irracional e fora do mundo lógico.

Penso que se todos os nossos sonhos durante o sono profundo fossem lembrados, seríamos levados a confundir a realidade com o mundo onírico. Não é isto o que ocorre com os loucos?

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