quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Kurosawa


Revi ontem, mais uma vez, Sete Samurais, de 1954, com a mesma sensação de ver pela primeira vez. Akira Kurosawa tem a capacidade dos grandes artistas de enriquecer de tal forma o seu trabalho com detalhes sutís que só a observação continuada e atenta vai aos poucos revelando. As cenas do filme, desenhadas com meticuloso enquadramento e composição antes de serem filmadas, misturam-se a diálogos de alta qualidade literária e fina sensibilidade aos fatores da vida e do destino dos homens.

Kurosawa foi um artista raro e um cineasta que de um modo ou de outro influenciou todos os filmes ocidentais de alguma qualidade que vieram a ser produzidos na segunda metade do século passado. Tanto os épicos quanto as aventuras de samurais que produziu foram vistos e imitados em Hollywood com versões mais pobres.

Penso que ele não tem sido cultuado como deveria.

3 comentários:

jackson disse...

Fizemos muita graça com o nome de Toshirô Mifune. É mesmo um clássico e, se me lembro bem, a trilha sonora,também de primeira. Houve os camponeses invadem e os fazendeiros precisam dos ronins. E vc meu caro Celso, sempre presente com qualidade.

Bill Falcão disse...

Kurosawa foi mesmo um gênio e tive a sorte de assistir todos os filmes dele quando fiz meu curso de cinema no MAM, aí no Rio. Viver, Dodeskaden, Trono Manchado de Sangue, Os Sete Samurais, Yojimbo, Homem Mau Dorme Bem etc e etc. E é assim mesmo como você relatou: quanto mais a gente vê, percebe algo novo, pois o artista é daqueles raros.
Grande lembrança essa sua, manovéio!
Aquele abraço!

Hugo Caldas disse...

O Jackson ali em cima deu a saída com o Mifunê Toshirô.
Agora o nome do homem esse deve ser pronunciado assim:
Kurosawá Akiró. O segundo nome lá no Japão é que vem na frente.
Assim me afirmou um ex-aluno filho do consul japonês aqui no Recife.
Abrs. Hugo