Ela chegou apressada e parecia nervosa. O botequim estava cheio mas ela teve sorte de encontrar uma mesa bem no meio do burburinho. O garçon aproximou-se e afastou-se quando ela abanou a cabeça. Não queria nada. Ficou roendo as unhas.
Fazia quase frio, no fim de tarde de Copacabana. A Barata Ribeiro como sempre congestionada e o desfile do povo pela calçada, os que voltavam do trabalho, os que vinham da praia, alguns turistas curiosos tentando ler o cardápio escrito na porta, alguns mais audaciosos procuravam um lugar para sentar-se.
Ela devia ter talvez uns vinte anos, continuava roendo as unhas e olhava para um lado e para o outro, virava-se, estava esperando alguém. Ele chegou enquanto ela olhava para o lado contrário ao que ele veio. Ela tomou um susto e os dois riram, ele sentou-se numa cadeira bem próxima à dela.
Eles se abraçaram demoradamente. Então os dois se beijaram. As pessoas que estavam em volta pouco prestaram a atenção naquele beijo que durou, calculei, bem uns três minutos. Foi bem no fim da tarde, no princípio da noite.
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