sábado, 10 de outubro de 2009

Kim Novak


Num dia qualquer dos primeiros anos da década dos setenta, almoçando no Nino, que foi um grande restaurante de Copacabana, ví Kim Novak correr para o banheiro engasgada por um forte molho de pimenta malagueta. Ela sentara-se na mesa em frente, na companhia de Jorginho Guinle. Todas as mulheres belas e famosas que passaram pelo Rio, enquanto ele era vivo, sairam em sua companhia. Como ele conseguia?

As mesas eram muito próximas e dava para ouvir tudo o que se dizia na do vizinho. Jorge bem que tentou dissuadí-la de colocar tanta pimenta no prato do picadinho, mas ela insistiu e disse que adorava chili, estava acostumada com a do México, onde costumava passar o verão. Kim parecia gostar de comer e jogou várias colheres cheias de pimenta em cima do picadinho guarnecido com purê de abóbora, arroz, farofa e caldo de feijão.

Eu conhecia bem aquele molho e fiquei na espreita da sua reação. Muito branca, depois da segunda garfada – na primeira nada aconteceu – ela começou a ficar muito vermelha. Em seguida arregalou os olhos, jogou o guardanapo em cima do prato e correu para o banheiro.
Seu acompanhante olhou para nossa mesa e abriu os braços, como quem dizia o que eu poderia fazer?

Ela voltou quase meia hora depois. E pediu um sorvete.

4 comentários:

Unknown disse...

Aposto que o consideradíssimo se lembrou do incidente ao experimentar o molho made in Maravalha, né mesmo? Garanto que a bela Kim, deverasmente uma das mais belas mulheres do mundo em todos os tempos, se apaixonaria por mim, se naqueles anos 60 eu já tivesse descoberto a fórmula do molho e fosse amigo do Jorginho Guinle...

Daqui a pouco (agora são 9h40) vou tomar três canas em homenagem a você, Jorginho e Kim Novak.

Abração do irmão.

Anônimo disse...

Esse relato me deu água na boca, Celso. É desse molho de pimenta que eu estou precisando aqui em Montreal. Já experimentei de tudo: pimenta fresca, pimenta seca e nada. Os molhos que eu consigo dão pra comer de colher de sopa. Pimenta de "tapette". Trouxe até uns pacotes de sementes de pimenta malagueta para serem plantadas no ano que vem. Pelo menos ainda tenho umas duas garrafas de Rainha...

Celso Japiassu disse...

Ismael, pede ao Moacir Japiassu para te enviar uma amostra do molho que ele faz. Nunca ví mais forte na vida. Será que chega de Sedex até o Canadá?

lea maria aarão reis disse...

celso, conheci a moça. Almocei com ela e dr. Roberto - na sala dele, do Globo, mais Otávio Bomfim e não sei mais quem - talvez Jordinho, grande amigo do Otávio.
Depois fomos para um sofá para conersar - entrevista.
Moça linda, imensa, mais alta que eu, e muito inteligente, sabia?
Tcheca, não?
Está viva. É artista plástica.
Acho que vive, como todos os aposentados do cinema de bom gosto em Malibu.
Abs.
Léa Maria