
Quando não está ouvindo o rádio encostado na orelha e dançando, xinga os passantes. Dirige a quem passa impropérios terríveis e impossíveis de se compreender, pois são proferidos numa algaravia complexa e não articulada. Mas o som e o olhar arregalado e raivoso em que são proferidas, não deixam qualquer dúvida de que são palavras que estão abaixo do baixo calão.
Marquinhos não respeita ninguém e, de um lado da Barata Ribeiro, esculhamba quem passa na outra calçada. As vítimas dificilmente percebem que estão sendo atacadas numa linguagem falada em outra dimensão porque o barulho do trânsito abafa os outros sons da rua.
Há dias que não vejo o Marquinhos, alí entre a Paula Freitas e a República do Peru.