terça-feira, 14 de abril de 2009

O crime


Pelo que vejo no livro de Roberto Saviano – Gomorra, que lhe valeu uma condenação à morte - sem qualquer contato entre as quadrilhas o crime organizou-se de idêntica maneira em Nápoles e no Rio de Janeiro. A estrutura montada com chefes, gerentes de boca e soldados recrutados entre as crianças dos subúrbios pobres, numa, e das favelas, noutra, parece ter sido implantada com a ajuda da mesma consultoria organizacional. Os sistemas de franquia e revenda de drogas inspiram-se no mesmo modelo.

Guerras por conquista de território como forma de ampliar o negócio ocorrem com a mesma frequência e a mesma escandalosa brutalidade. As populações dos subúrbios napolitanos e das favelas cariocas são da mesma forma reféns das empresas criminosas e os diferentes Sistemas com nomes de família têm aqui as versões denominadas Comando Vermelho, PCC e Amigos dos Amigos.

Uma única diferença marcante entre as duas horríveis realidades é a de que a Camorra napolitana já se expandiu para os negócios legais ou semi-legais, como distribuição de mercadorias, contrabando, agiotagem e confecções para a alta costura italiana. Mas é apenas uma questão de tempo para que as nossas organizações criminosas atinjam o mesmo patamar de sofisticação.

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