Fizeram uma pesquisa na Inglaterra entre ateus para saber de
onde vêm seus valores morais. A maioria respondeu que vinham dos pais, outros mencionaram
os livros. Mas não se falou de algo que perpassa todos as crenças humanas,
junto ou acima das religiões, das ideologias e todo tipo de fé, a grande aspiração
da humanidade por melhorar sua breve existência.
O homem tem a intuição de que não será possível compreender
o mundo sem consciência ética. Platão formulou a tese de Sócrates “o belo é o
bom” e depois acrescentou que o bem produz o belo. Não seria necessária, pois,
a intervenção divina para dizer ao homem o que ele deve considerar certo ou
errado, nem as leis nem os costumes seriam condicionantes da melhor conduta
humana.
O bicho humano, animal feroz e predador, traz consigo a
extraordinária angústia de superação. Conhece suas limitações, suas inclinações
para a perversão mas não é isto o que deseja ser. Inventou a divindade como
ente supremo e modelo para si mesmo, sabendo que jamais poderá atingir a
perfeição. Esta é a sua condenação, exposta dramaticamente por Lúcifer, o anjo portador
da luz que ousou desafiar Deus e mergulhou na escuridão.
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