No meio da noite, a cadelinha emite sons de agonia, acorda e
demora algum tempo para voltar a dormir. A gata, em sono profundo, às vezes desperta,
pula e abre os olhos como se algo tivesse de repente a ameaçado. Os animais
sonham como os humanos? Existe uma área em seu mundo onírico onde a vida
continua a assustar com seus fantasmas, íncubos e súcubos da existência adormecida?
Nossa vida não é única, ela muda algumas vezes em fases que
permanecem conosco como se fossem vidas passadas. Há coisas que vivemos e que
pensamos ter esquecido mas continuam a nos acompanhar. Sem a consciência da
razão, certas angústias nos surpreendem, talvez motivadas por atribulados momentos
vividos e que continuam a nos atormentar.
Durante o sono, as defesas se recolhem no inconsciente e
brumas misteriosas envolvem o horizonte do pensamento adormecido. Retornam
imagens da infância perdida, de momentos intensos, vastas emoções, conforme a
definição de Freud. Isto aconteceria também
à pequena cadela, à gatinha gentil? O
homem compartilha êxtase, alegria e caos com os bichos que o acompanham?
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