sábado, 2 de maio de 2009

Cavalaria

A cavalaria dos exércitos modernos anda sobre tanques e carros de combate. Perdeu sua aura romântica do tempo em que cavalo e cavaleiro confundiam-se num só corpo e avançavam de lança em riste na defesa da pátria ou de donzelas ameaçadas pela vilania.

Desde que completei o serviço militar, prestado no CPOR de Belo Horizonte, de onde saí oficial da reserva da arma de Cavalaria – a verdadeira, montada a cavalo -, que tenho um sonho recorrente no qual ainda estou no Exército, trotando no picadeiro do quartel em adestramento de terra-cavalo. Trata-se de um exercício em que o cavaleiro passa a perna da direita por sobre a sela, agarra-se no cabeçote, bate com os dois pés no chão e, no impulso, volta a montar. As quedas e tropeços que nos esparramavam no chão faziam o delírio da platéia improvisada dos outros cursos – os tranquilos infantes, os orgulhosos artilheiros e os bem nutridos intendentes.

Estou montado, em outra parte deste sonho que se repete. Esqueci o número do meu cavalo. Eles não tinham nomes, eram identificados por números. Corro a galope num terreno de montanha, cheio de pedras e obstáculos. Há um sonho dentro do sonho em que me encontro numa planície cortada por um regato, ainda montado naquele cavalo sem nome que me conduz na direção de um arco-iris. Acordo.

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