A intolerância é uma das marcas do nosso tempo. O ódio às
vezes torna-se líquido no ar. As religiões, que aspiram ser códigos morais, ao
invés de unir, separam. Existem crentes e descrentes, fiéis e infiéis, campos em
luta. As ideologias, receitas montadas para uma organização do mundo e da vida,
opõem-se com violência umas às outras.
O julgamento substitui a busca da compreensão dos gestos do
outro. Preconceitos constroem muros e há uma desesperada busca de razão sem
entendimento. Olhar para os lados significaria a compreensão do mundo impuro e
imperfeito, mas da forma como é.
A violência testemunha a falência da humanidade. A cada
massacre, na morte dos inocentes, na brutalidade e no desespero dos fugitivos
vai-se construindo a derrota da quimera romântica. O mundo conheceu momentos
piores, talvez. A humanidade traz consigo uma poderosa atração pelos abismos.
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