Conheci aquele
inglês no Rio Araguaia. Era gerente de um barco-hotel onde costumávamos nos
hospedar. De lá saíamos para pescar por volta das quatro da manhã e ficávamos pelo
rio até às dez, quando o sol se tornava insuportavelmente quente. Taylor, que
se dizia de uma pequena cidade perto de Manchester, era nosso anfitrião e guia
pelos pesqueiros do Araguaia.
Era ele quem nos despertava, às 3 e meia, de modo a que pudéssemos começar bem cedo a faina do dia. Tomávamos um rápido lanche e Taylor bebia apenas um copo de água. Durante a viagem nas pequenas voadeiras ao local da pesca, abria a primeira lata de cerveja e continuava bebendo durante o resto do dia. Aquele copo de água, descobri mais tarde, era na verdade uma farta dose de gin. Nunca o vi bêbado, embora tropeçasse em algumas palavras, pela dificuldade com o português.
Da mesma maneira como chegou às margens do Araguaia em busca de trabalho, também sumiu. Quando voltamos mais uma vez no meio do ano, depois das grandes águas, o novo gerente do botel disse que Taylor certo dia pediu as contas, tomou uma última dose de gin, pegou carona num batelão de transporte de gado e desapareceu na curva do rio.
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