Uma vida esgota-se em seus próprios limites, pois no universo
o tempo não existe. Isto nos traz uma noção do que não temos capacidade de
imaginar – o infinito. Sabemos que talvez exista, ou não, mas como podemos sonhar
coisas difíceis de imaginar, como a própria inexistência das coisas? A compreensão
que temos do infinito ultrapassa o tempo de uma vida e amplia-se, sem qualquer
horizonte, na escuridão do que a inteligência não alcança.
O sentimento da nossa incapacidade de entender o grande
enigma leva-nos à perplexidade diante do mistério, quando o pensamento abandona
a inteligência e se refugia nas sombras da
magia. É na mística do inexplicável, no apelo aos sinais dos deuses que o homem
tem procurado compreender sua existência e o sentido de todas as coisas.
Inseguro e amedrontado desde quando, pela primeira vez,
procurou interpretar o que havia em sua volta e teve como resposta sua própria vida
breve e atribulada. Desde o seu primeiro olhar para o infinito, o homem sentiu quais
eram os limites do que seria capaz de compreender. Em seu pensamento trava-se a
luta de procurar entender o sentido de tudo enquanto vê, cada vez mais distante,
a explicação de como é vária, complexa e obscura a sua misteriosa presença no mundo.
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