"Eu vi os
expoentes da minha geração destruídos pela loucura, morrendo de fome histéricos,
nus, arrastando-se pelas ruas do bairro negro de madrugada na busca de uma dose
violenta de qualquer coisa”. Assim começa “O Uivo”, célebre poema de Allen
Ginsberg na bela tradução de Claudio Willer.
A geração
“beat” americana, da qual Jack Kerouac e o próprio Ginsberg foram expoentes, é
uma das muitas que se perderam mergulhadas no próprio desespero, em todo o mundo.
Mas que deixaram seus rastros na literatura, como o fez a “lost generation” de
Hemingway e Fitzgerald, cuja angústia procuraram compensar no álcool, às vezes
no suicídio. Maiakovski e Iessenine, poetas russos, tiveram a mesma atitude
diante da vida. Maiakovski dizia que “é melhor morrer de vodka do que de tédio”.
Álvares de
Azevedo, da geração “mal do século” do romantismo brasileiro, morreu aos 21
anos. A influência de Lord Byron sobre sua poesia e a de outros poetas do
Século XIX aproximou artistas distantes que sofriam da mesma melancolia. Borges
dizia que todos os poetas escrevem o mesmo poema.
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