Depois da enorme agitação em que viveu durante os jogos de
futebol, invadida por argentinos e outros alienígenas, Copacabana parece ter
voltado ao repouso da sua preguiça. Quase na paz, não fossem os pequenos roubos
de que vivem as crianças de rua, os preços assustadores e alguns barulhos
noturnos que parecem tiros disparados no olho da madrugada.
Tenho estranhado a ausência de Marquinhos, o maluco, que
sumiu da rua. Talvez o tenham internado de novo mas em breve ele deve
reaparecer de banho tomado e barba feita. A praia continua movimentada sob este
frio sol de inverno no qual as meninas estrangeiras até conseguem avermelhar a
pele branca.
No princípio da manhã, o homem que espera a filha sair do
colégio fazia palavras cruzadas no banco da pracinha, esperando o tempo passar.
O garçom do botequim me disse que por ação da ex-mulher ele está legalmente proibido
de se aproximar da menina. Costuma de vez em quando esperá-la na saída das
aulas, abraçá-la e acompanhá-la até o ponto de ônibus. Depois da partida ele
fica de pé no meio-fio enquanto acena um prolongado adeus.
Um comentário:
Adorei.
Adorei também a copacabana do mundo, achei um ótimo clima no bairro.
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