O idioma é o que dá identidade a um povo. Mais do que raça,
religião, história ou crenças. É na linguagem que um povo se reconhece e os
homens se vêem uns nos outros, expressam sua dor, esperanças e o desejo de
estar no mundo. Fernando Pessoa disse que sua pátria era a língua portuguesa.
Soljenítsin voltou à Russia depois de vinte anos de
exílio porque não suportava mais a ausência da sua língua – a sua pátria. Bilac
declarou seu amor escrevendo “Amo-te, ó rude e doloroso idioma, em que da voz materna
ouvi: "meu filho!" Ao mesmo tempo, qualificava a última flor do
Lácio, desconhecida e obscura, como “esplendor e sepultura”.
A linguagem desenvolveu
intelectualmente o bicho humano e foi capaz de resgatar a sua espécie do estado
selvagem. Gestos e expressões corporais dão forma ao universo dos surdos-mudos,
sons que não existem mas formam a sua fala, interpretando o mundo em sua festa
e sua angústia.
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