sexta-feira, 13 de junho de 2014

Estresse

No aeroporto o velho discutiu com o jovem que passou à sua frente na fila preferencial. Uma discussão violenta.  Os outros passageiros se impacientavam enquanto se resolvia o impasse. A moça atrás do balcão não conseguia dissimular o constrangimento e nos outros balcões as pessoas também reclamavam da demora ou do atraso.

No supermercado, no banco, nos guichês do metrô vêem-se sinais do estresse no rosto de quem espera. Os mais velhos, lentos mas também impacientes, reclamam. Os demais olham para eles como se fossem os culpados pela demora. Pelas calçadas das ruas, quem tem pressa ultrapassa e recrimina os que não possuem mais a agilidade dos jovens.


São os signos da saturação das cidades. Milhares de pessoas disputam entre si o espaço urbano, os serviços, as áreas públicas e o lugar de viver. Há o cansaço, a impaciência, a inimizade, o mau-humor e a decepção com o mundo construido pelo homem à sua imagem e semelhança.

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