segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O bairro louco

O sol meio frio que iluminou a manhã de céu azul aquieta o bairro. O leito das ruas acomoda trânsito mais organizado e silencioso, os transeuntes caminham mais devagar e todos aparentam mais tranquilidade.

Existem alguns loucos oficiais por aqui, alem de Marquinhos parado na calçada ouvindo seu velho rádio silencioso. Há o velho raivoso de expressão feroz e a mulher que anda sem parar durante horas dando voltas no quarteirão. E o dono do pássaro que desfila vagarosamente com a ave empoleirada em sua cabeça. Alem de outros loucos anônimos que olham para o chão, ausentes de tudo, procurando passar despercebidos.


Mas é uma tranquilidade aparente, emoldurada pelo bom tempo que antecede os meses de verão selvagem. O bairro desperta no calor e mostra a sua verdadeira face sob a constante invasão de turistas estrangeiros e toda a multidão despejada nas estações do metrô. Começa então o tempo verdadeiramente louco, crescem as estatísticas dos crimes cometidos pelos homens uns contra os outros, o tráfico, a prostituição nas ruas, o trânsito agressivo. O calor revela o que repousava adormecido nos meses de tempo ameno, descuidado e bom.

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