segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Procura-se o nome do poeta


O amigo Maldonado encontrou na net um poema sem identificação de autoria e pergunta se eu teria alguma ideia de quem o escreveu. Também não o conhecia nem sei do autor. A linguagem, o tema, a ausência de auto-comiseração lembram o melhor de Charles Bukowski. É um belo poema. Se alguém que passar por aqui souber quem o escreveu, por favor dê notícia.

O que sobrou de mim


O que sobrou de mim não é bastante
para mostrar o desperdício de meus sonhos

A gente se acostuma às próprias rugas,
Com a água, um a um, vão os cabelos
Cultivamos vícios que fedem nas latrinas
Orgulhosos acariciamos com a língua
o dente de titânio implantecente a gengiva
Capengamos e mentimos que nossos ossos
se ajustam e, em surdina, nós ganimos
só agarramos com vontade o veludo

O que sobrou de mim
foi muito pouco para a sede
do que ainda quero viver

Vivi o que podia
mas como ia saber
que a vida não tem fim?

Desde o início
não importa a idade

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