segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Eduardo


O homem mais elegante e encantador que conhecí chamava-se Eduardo Garcia. Um príncipe. Não sei por onde ele anda. Fui seu amigo por mais de quarenta anos e acompanhei suas venturas e desventuras com as mulheres. Diplomático, educado, sensível, com ar desprotegido, manteve desde a adolescência um romance com oito diferentes namoradas - ao mesmo tempo.

Surpreendente como ele conseguia manter o equilíbrio saindo ora com uma, ora com outra. Durante anos elas jamais souberam que faziam parte de um pequeno harem e ele usava sua grande habilidade para driblar os telefonemas de todas, no fim de semana, até conseguir resolver, diante de grandes dúvidas, com qual iria se encontrar.

Por maior que seja a habilidade de um homem, ele nunca enganará uma mulher durante todo o tempo, quanto mais oito, e elas acabaram por descobrir a situação em que há muito viviam. Algumas se uniram para executar pequenas vinganças. Um domingo, na praia, ele estava na companhia de uma delas quando percebeu que outra se aproximava e estendia a toalha na areia. Alguns minutos depois, mais uma delas sentou-se nas proximidades. Uma difícil situação, que Eduardo resolveu tomando várias cervejas seguidas, até adormecer.

Quando acordou, anoitecera. Ele estava sozinho na praia imensa.

Nenhum comentário: