Sua agonia foi com a mesma coragem do menino com quem compartilhei
a infância e foi meu amigo durante toda a vida. Comportou-se até o fim sem medo
do confronto, afirmando sua humanidade perante o desconhecido.
Seu rosto de criança se revela na minha memória. Os cabelos
de fogo, a face sardenta, o olhar inquieto e a curiosidade diante da vida. Seus
embates e os meus cuidados de irmão mais velho. Ele me ensinou que a vida não é
absoluta, pode ser desafiada e nisso reside a nossa vitória.
Agora o vejo partindo sem lamento, silencioso e grave. Suas
palavras estão nos livros e nos textos que publicou mas o melhor se perdeu: o
humor inteligente e ferino, o riso aberto e contagiante, o jeito de olhar com
ironia para a tristeza da vida, o encanto da sua presença. Vejo, na névoa do
tempo, o adeus da criança pequena que já compreendia o mundo. Descansa, meu
menino, meu amigo, criança valente, pela última vez enfrentaste sem medo a
escuridão.
7 comentários:
Mais um lindo texto de sua autoria, primo. Mesmo que o assunto seja triste, merece aplausos. Você perdeu um irmão! Eu, um primo querido! Ele descansou. Abraços carinhosos
Meus sentimentos, Celso. Não acredito ter nada a dizer que vá fazer alguma diferença, só queria te mandar um abraço solidário pela sua dor...
Meus sentimentos, amigo Celso.
Celso, querido.
Receba minha solidariedade.
Você sabe da admiração que eu tinha pelo Moacir, pelo Janistraques e por todas as observações inteligentes que recebi sendo seu leitor atento.
Edney G. Narchi.
vai em paz
Primo, senti muita tristeza com a noticia do falecimento do Moacir. Lembrei de quando ele ia sempre visitar o tio Dedé na tijuca! Estamos morando em Itaipava e tenho procurado por noticias de você. Tenho uma foto que não sei se você lembra, você e Moacir com José Holanda, Carlos Eduardo, tia Maria e sua mãe feita em 1951, na Pedra, vou tentar enviar para você de alguma maneira. Meu email jladelia@gmail.com . Se puder entre em contato , abços Adélia Japiassu Leal.
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