Existe a crença otimista de que caminhamos para um mundo
melhor e no final o Bem e a virtude hão de prevalecer. Depois da primeira
guerra mundial, a Europa e todos os países acreditaram que aquela tinha sido a
guerra que acabara com todas as guerras. Quando terminou a segunda, todo mundo
acreditou também que seria a última.
A miséria humana, no entanto, mostra-se infinita e presente nos
conflitos, nas dolorosas fugas de populações, nos massacres e na perseguição dos aflitos. A humanidade expõe sua
desumanidade no abandono dos desesperados que tentam a fuga do inferno e
despencam no abismo além da condenação.
No teatro do absurdo, vaga a maré humana pelo mar na busca
das fronteiras da salvação. Nenhum país a deseja. A Ásia lhe dá as costas, o
Oriente a ignora e persegue, a Europa, herdeira da civilização, promove no mar
a morte dos fugitivos e pretende metralhar seus barcos. Assistimos à falência
da humanidade durante o café da manhã.
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