sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Atletas

No botequim da esquina há um homem que está lá diariamente,  sentado a uma mesa da calçada bebendo cerveja de manhã bem cedo. Calça sempre tênis e veste short e camiseta. Se não fosse muito gordo e bebesse algo que não cerveja, às seis horas da manhã, dir-se-ia que se trata de um dos atletas do calçadão, como tantos que existem em Copacabana.

Mas ele não ultrapassa o limite da pequena praça em direção à praia. Sai de casa àquela hora, vestido como um atleta, e vai beber cerveja. Talvez diga à mulher que parte para a caminhada diária pois exercício físico é bom para a saúde, controla o peso e faz as pessoas se sentirem melhor. Mas prefere sentar-se ao botequim e beber por algumas horas.


Creio que é o primeiro freguês de todos os dias. Chega enquanto os garçons ainda lavam a calçada, senta-se e já lhe trazem uma cerveja sem que precise pedir. Outros que chegam pedem café, leite, pão, coisas desnecessárias para quem prefere acender o pavio a partir das seis horas da manhã. Ele acompanha com olhar curioso os atletas que se dirigem à praia, alguns impacientes, que atravessam correndo, com respiração acelerada, o  sinal fechado da Rua Barata Ribeiro.

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