No botequim da esquina há um homem que está lá diariamente, sentado a uma mesa da calçada bebendo cerveja
de manhã bem cedo. Calça sempre tênis e veste short e camiseta. Se não fosse
muito gordo e bebesse algo que não cerveja, às seis horas da manhã, dir-se-ia
que se trata de um dos atletas do calçadão, como tantos que existem em
Copacabana.
Mas ele não ultrapassa o limite da pequena praça em direção
à praia. Sai de casa àquela hora, vestido como um atleta, e vai beber cerveja.
Talvez diga à mulher que parte para a caminhada diária pois exercício físico é bom
para a saúde, controla o peso e faz as pessoas se sentirem melhor. Mas prefere
sentar-se ao botequim e beber por algumas horas.
Creio que é o primeiro freguês de todos os dias. Chega
enquanto os garçons ainda lavam a calçada, senta-se e já lhe trazem uma cerveja
sem que precise pedir. Outros que chegam pedem café, leite, pão, coisas
desnecessárias para quem prefere acender o pavio a partir das seis horas da manhã.
Ele acompanha com olhar curioso os atletas que se dirigem à praia, alguns
impacientes, que atravessam correndo, com respiração acelerada, o sinal fechado da Rua Barata Ribeiro.
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