quarta-feira, 28 de maio de 2014

A teia

Debatendo-se, o inseto tenta escapar da teia mas seus movimentos afundam-se na inutilidade enquanto a aranha avança. Ela não tem pressa e cada um dos seus passos parece calculado para aumentar o desespero de sua presa. O pequeno inseto parece não querer desistir e luta na busca da liberdade que pode estar muito próxima, talvez no movimento seguinte que poderia libertá-lo da teia pegajosa.

A luta intensa contra os fios que, a cada movimento, parecem fortalecer-se em torno do seu corpo, estão cansando o prisioneiro. Ele tenta desvencilhar a cabeça, depois as pernas, enrola-se em outros fios e por um momento parece desistir mas retoma a luta cada vez mais desesperada enquanto a aranha, lentamente, avança.


Ela, a aranha, interrompe por um momento sua lenta caminhada, como se fizesse uma parada para contemplar o inseto enrolado em sua teia. Depois torna a avançar, muito devagar, como se antecipasse o prazer que a espera. O pequeno prisioneiro, então, interrompe a luta e se entrega a seu destino.

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