Há uma tristeza nos animais que os aproxima dos humanos. Os
gatos e os cães revelam estados depressivos ou eufóricos e reagem diante do que
observam em diferentes estados emocionais. Uma ovelha mostra evidente desespero
nos momentos que antecedem sua morte. Os guinchos dos porcos que vão ser
abatidos, o pavor das reses na chegada aos matadouros, todas são mensagens de
horror que os homens se esforçam por ignorar.
A relação humana com os bichos assemelha-se ao tratamento
que se dava aos escravos não tanto antigamente. São vistos como propriedade de
alguém, coisas semoventes, força de trabalho. A escravização dos animais começou
com a sua domesticação para fornecimento de proteínas e o homem se colocou no
vértice da cadeia alimentar.
As grandes empresas de alimentos, os grandes frigoríficos e
os seus matadouros auto-denominam-se processadores de proteínas. O eufemismo
afasta o entendimento. Poderosos empresários, executivos com talento e sofisticada
formação universitária odiariam ser chamados açougueiros ou mercadores da
morte.
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