quarta-feira, 14 de maio de 2014

Abatedouros

Há uma tristeza nos animais que os aproxima dos humanos. Os gatos e os cães revelam estados depressivos ou eufóricos e reagem diante do que observam em diferentes estados emocionais. Uma ovelha mostra evidente desespero nos momentos que antecedem sua morte. Os guinchos dos porcos que vão ser abatidos, o pavor das reses na chegada aos matadouros, todas são mensagens de horror que os homens se esforçam por ignorar.

A relação humana com os bichos assemelha-se ao tratamento que se dava aos escravos não tanto antigamente. São vistos como propriedade de alguém, coisas semoventes, força de trabalho. A escravização dos animais começou com a sua domesticação para fornecimento de proteínas e o homem se colocou no vértice da cadeia alimentar.


As grandes empresas de alimentos, os grandes frigoríficos e os seus matadouros auto-denominam-se processadores de proteínas. O eufemismo afasta o entendimento. Poderosos empresários, executivos com talento e sofisticada formação universitária odiariam ser chamados açougueiros ou mercadores da morte.

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