Os sons, mais do que os perfumes, despertam em nós a memória
do passado. Napoleão Bonaparte dizia que não diferenciava a música de outro
barulho qualquer, mas ela nos conduz no roteiro da imaginação. O funcionamento
das emoções, que desafia as funções químicas do cérebro, nunca foi traduzido
pela ciência mas há na música uma transcendência de sentidos que se encontra
alem do entendimento e da lógica.
Os sons organizados da música são capazes de nos guiar até
um nível próximo da consciência, com o poder de redimir sentimentos.
Arrependimentos tardios, perdas ou celebrações, abismos, glória e alegria são
transformados na abstração de uma forte linguagem através de cordas, sopros,
toques, reverberações.
Sons que nos conduzem à consciência e ao entendimento dos
desvãos da alma, do reencontro com algo que foi perdido em algum lugar, em
algum momento que não imaginamos onde nem sabemos quando.
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