sexta-feira, 28 de março de 2014

Inocência

Numa manhã como esta, há muitos anos, uma criança despertou do sono e olhou para fora de si para ver o mundo. Descobriu o acaso dos insetos, a curta vida que viviam e lhe disseram do perigo que representavam. Muitas doenças eram trazidas por eles. Se um dia a humanidade desaparecesse, lhe disseram, seria por causa das doenças que os insetos espalhavam.

Depois, viu os animais e descobriu que, para haver comida, era preciso matá-los. Todos os animais poderiam se transformar em alimento para o homem, inclusive o próprio homem, pois foi assim quando existiam canibais. Em situações de fome, o homem devora o próprio homem transformando em comida o semelhante.


Descobriu também, isso não precisaram lhe dizer, que a maior ameaça, o que representa maior perigo para a vida humana, é também o próprio homem. Pois a nossa espécie, entre os animais, é a única capaz de matar por qualquer motivo e não apenas para comer, como fazem os bichos. A perversidade, o prazer  com o sofrimento do outro, descobriu também, é um dos privilégios do universo dos homens.

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