Numa manhã como esta, há muitos anos, uma criança despertou
do sono e olhou para fora de si para ver o mundo. Descobriu o acaso dos
insetos, a curta vida que viviam e lhe disseram do perigo que representavam.
Muitas doenças eram trazidas por eles. Se um dia a humanidade desaparecesse,
lhe disseram, seria por causa das doenças que os insetos espalhavam.
Depois, viu os animais e descobriu que, para haver comida,
era preciso matá-los. Todos os animais poderiam se transformar em alimento para
o homem, inclusive o próprio homem, pois foi assim quando existiam canibais. Em
situações de fome, o homem devora o próprio homem transformando em comida o
semelhante.
Descobriu também, isso não precisaram lhe dizer, que a maior
ameaça, o que representa maior perigo para a vida humana, é também o próprio
homem. Pois a nossa espécie, entre os animais, é a única capaz de matar por
qualquer motivo e não apenas para comer, como fazem os bichos. A perversidade,
o prazer com o sofrimento do outro, descobriu
também, é um dos privilégios do universo dos homens.
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