Na memória residem fatos vividos ou imaginados. Alguns povoam o inconsciente, um estranho território existente
alem da memória. Neles permanece a dor mas o prazer desaparece dissolvido em
brumas, chuva, trevas e neblina densa. O pensamento às vezes volta à infância,
um lugar cada vez mais distante, para tornar a viver instantes fugidios.
Na esteira da memória se dispõe também o que não foi vivido inteiramente
mas se fez presente no sonho e fez uma criança exausta despertar do sono.
Sombras no lugar de algo que deveria existir no horizonte alem da realidade,
depois das fronteiras imaginadas.
É como vaguear no espaço delimitado no silêncio das
madrugadas, igual a bolhas de ar no mergulho profundo; no vazio dos desvãos de
oceanos desconhecidos. Espaços que parecem infinitos mas são enganosos,
conduzem a nenhum lugar, refletem apenas o assombro de meninos diante do
impossivel e dos segredos residentes no mistério.
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