domingo, 20 de setembro de 2009

Domingo na praia


As minorias escolhem a praia para protestar contra a discriminação de que são vítimas e a Prefeitura para promover shows e demonstrar boa vontade com a população. Carros de som circulam em abertos decibéis, vendedores de picolé gritam e a garotada faz zig-zag nos skates.

Os quatro quilômetros do calçadão de Copacabana transformam-se num casbah onde tudo se vende, tudo se expõe e o barulho incomoda. Na ciclovia, bicicletas correm, ameaçam pedestres invasores do seu espaço, uma criança cái e chora. As competições de corredores de rua ocupam a pista fechada para o lazer e quem precisa de alguma forma aparecer estende uma faixa com um protesto qualquer.

As mulheres desfilam rebolando nádegas imensas, os quiosques espalham cheiro de gordura e um trio elétrico amplifica a voz de um péssimo cantor.

A praia, aos domingos, é um lugar desagradável. E ainda não começou a campanha política.

3 comentários:

Marcus Ulysses disse...

Exceto "as mulheres desfilam rebolando nádegas imensas...", concordo que o resto é bastante desagradável.

Celso Japiassu disse...

É preciso diferenciar, Marcus, as calipígias das simplesmente gordas, com nádegas enxundiosas.

heliojesuino disse...

NÁDEGAS ENXUNDIOSAS ! que carnes sonoras !podem até não ser boas de olhar, mas pra falar ... enchem a boca!!!

E o Brasil na sexta, CElso, tá de pé? (refiro-me ao bar, por supuesto)