domingo, 13 de novembro de 2016

Sobre astros



Sombras esquisitas, sons disformes, figuras estranhas numa noite como todas as outras mas contudo diferente. Há uma super lua nos céu com aparência de estrela morta há milênios, antes mesmo de se formar a via láctea onde nasceram os planetas sem luz. Corpos celestes escuros onde a vida depende do calor de fontes que deixaram há muito de existir.

Os viventes aspiram o ar viciado da noite com a respiração silenciosa dos enfermos. Há um tédio enorme em todas as manifestações da vida e este silêncio vem acompanhado da fúria que as nuvens escuras anunciam. Animais se movimentam, homens se protegem, a noite em que dormem os pesadelos mais uma vez se estende sobre o dia.


Qual a origem dessas sombras, a criança pergunta a si mesma em pensamentos inquietos e lança o olhar sobre a planície dos sonhos, onde o vento sempre antecede as tempestades. Neste silêncio ouve-se o roçar das esferas que habitam o espaço infinito. Os bichos escondem-se nas mesmas nuvens que cobrem os corpos inermes atormentados pela fúria da noite, prenúncio sombrio do inesperado choque das manhãs.

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