sábado, 20 de setembro de 2014

A morte

Shakespeare pensava que morrer seria como dormir, talvez sonhar, quem sabe? Foram pensamentos verbalizados por Hamlet, o angustiado príncipe de uma das mais consagradas tragédias que escreveu. A morte é um dos enigmas que o homem jamais conseguiu decifrar, a não ser através das fantasias das teorias religiosas.

Embora seja um tema recorrente da literatura e de todas as artes, a finitude da vida não costuma povoar as conversas sociais. Sócrates, fundador de uma das mais profundas correntes do pensamento, falou na imortalidade da alma mas a vinculou ao conhecimento, principalmente ao auto-conhecimento. Dizia que os verdadeiros filósofos estavam prontos para morrer porque assim poderiam conhecer a essência da vida.


Platão, discípulo e divulgador das idéias socráticas, sugeriu que os vivos deveriam sempre pensar na morte, porque assim aprenderiam a valorizar todos os instantes da vida. Haveria, portanto, uma arte de viver que é negada pela morte, restando apenas uma certeza, a de que a morte só pode existir onde existe a vida.

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