Shakespeare pensava que morrer seria como dormir, talvez
sonhar, quem sabe? Foram pensamentos verbalizados por Hamlet, o angustiado
príncipe de uma das mais consagradas tragédias que escreveu. A morte é um dos
enigmas que o homem jamais conseguiu decifrar, a não ser através das fantasias
das teorias religiosas.
Embora seja um tema recorrente da literatura e de todas as
artes, a finitude da vida não costuma povoar as conversas sociais. Sócrates,
fundador de uma das mais profundas correntes do pensamento, falou na
imortalidade da alma mas a vinculou ao conhecimento, principalmente ao
auto-conhecimento. Dizia que os verdadeiros filósofos estavam prontos para
morrer porque assim poderiam conhecer a essência da vida.
Platão, discípulo e divulgador das idéias socráticas,
sugeriu que os vivos deveriam sempre pensar na morte, porque assim aprenderiam
a valorizar todos os instantes da vida. Haveria, portanto, uma arte de viver que
é negada pela morte, restando apenas uma certeza, a de que a morte só pode
existir onde existe a vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário