Shakespeare escreveu sobre a tragédia que ronda os
poderosos. Sua obra penetrou o drama de personagens históricos da aristocracia
de todos os tempos, como Julio Cesar, Ricardo III, Macbeth e Hamlet, o infeliz príncipe da Dinamarca.
Todas as suas peças são de extraordinária atualidade e nunca deixaram de ser
representadas nos palcos ou em filmes nos últimos quatrocentos anos.
O que faz das suas histórias grandes momentos dramáticos é a
reflexão sobre o poder, a glória e a natureza humana. Ao longo de quatro
séculos, tem mostrado a suas platéias que os poderosos estão expostos, como todo
mundo, aos dissabores e às armadilhas do destino.
Acompanhamos agora o drama que se abateu sobre Eike Batista,
um príncipe do capitalismo que despenca da glória diante da platéia formada por
todos nós, os simplórios, os atônitos. Um homem que podia tudo vive diante do
público uma sucessão de quedas, desde a perda da bela mulher e de suas ricas
empresas à ameaça de prisão e desonra. A vida, mais uma vez, imita as tragédias
imaginadas pela arte.
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