segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Turistas

O preço de R$6,90 por um bolinho de bacalhau, no Bar Eclipse, me trouxe a lembrança de Stanislaw Ponte Preta. Ele apontava a vida sacrificada de quem mora numa cidade invadida por turistas. Você paga preços de turista e não é turista. E os restaurantes são ruins porque não têm compromisso com o cliente, que depois viaja, some e não reclama de nada.

Copacabana, invadida pelas hordas, reclama. O mar exibe estresse vomitando ondas de espuma amarela e desde o reveillon suas águas apresentam um colorido suspeito. Alguns dizem que são algas, outros afirmam que se trata de indefinida matéria orgânica. O calor continua batendo os próprios recordes e as tempestades queimaram os dedos do Redentor.


Na esquina da Barata Ribeiro com República do Peru, Marquinhos, o louco da vizinhança, tentava dar ordem ao trânsito caótico. Como os carros não lhe obedeciam, perdeu a paciência. Xingava quem passava a seu lado e os turistas fugiam, intimidados pelos seus olhos arregalados, sua figura feia e pelo ódio formidável que dirigia a todos com suas palavras ininteligíveis.

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