segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A viagem


Viajar de metrô dá sono. A qualquer hora do dia, tem sempre alguém dormindo, mesmo numa viagem de Copacabana à Estação Carioca, que dura 15 minutos. Algo acontece no terreno onírico dos viajantes e alguns não precisam mais do que um assento desconfortável, entre dois outros passageiros, para relaxar e dormir.

Há quem durma em pé, segurando uma barra de sustentação, e quem durma de olhos abertos, olhando para o infinito, como um morto. Há um susto com um certo alarido na Estação Botafogo, para os que dormem. O embarque lá é numeroso e as pessoas entram desabaladamente, na disputa por um assento vago.

Já ví quem, dormindo, perdeu a estação de destino e teve de continuar até a próxima para retornar, depois de acordar sobressaltado. Foi o caso desse rapaz cuja foto tirei com o celular e cujo sono demonstrava seu espírito leve e despreocupado, ausente de culpas, que lhe proporcionava profunda paz. Até o momento em que despertou e, de um pulo, perceber que ficara para trás a Estação da Glória, seu destino.

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