domingo, 23 de agosto de 2009

Pescaria


Em Arraial do Cabo, pescavamos pargos em pargueiras de doze anzóis que vinham completas. Um pargo em cada anzol. Os cardumes eram enormes, os pescadores da vila capturavam-nos em grandes redes puxadas até a praia: tainhas, olhetes, vermelhos, piruás.

No Rio Araguaia, pescávamos tucunarés arremessando a linha com caniço e molinete. Cada lance significava um peixe. Em alguns lugares mais fundos, de água parada, era preciso recolher a linha rápidamente porque as piranhas disputavam os tucunarés. Muitas vezes só conseguíamos embarcar a cabeça porque o corpo inteiro havia sido devorado no trajeto até a canoa.

Não existem mais peixes nos locais em que pescávamos. Será que fomos nós que pescamos todos os peixes que lá viviam? Creio que foram outros os predadores, os que foram buscar os peixes fora de época, capturando-os com redes finas, destruindo as ovas e matando os alevinos.

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