quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Hemingway


Quando Hemingway suicidou-se, no verão de 1961, os mais próximos pensaram que tinha sido o desfecho inevitável para quem tivera a certeza, durante toda a vida, de que uma angústia profunda acompanha o homem do nascimento até a morte. Sua paixão pelos esportes viris, como a tourada e a caça, era uma forma de combate a essa angústia, como traduziu de maneira magistral a caricatura de David Levine que ilustra este post. O tiro final que deu em si mesmo significou a conquista do último troféu e também sua derrota.

Garcia Marquez, quando estudante em Paris, diz que certa vez descia o Boulevard Saint Michel quando o avistou do outro lado da rua. Não conseguiu conter sua admiração e gritou “mestre!” Da outra calçada, Hemingway fez um aceno em sua direção pois sabia que, no meio daquela multidão, o único mestre era ele.

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