Há nos humanos uma atração dos abismos. Impulso que os
conduz a escolhas fatais, opções que levam ao desastre, à infelicidade e às
vezes à morte. Uma negação do instinto de sobrevivência, renúncia da
auto-preservação.
Está presente na paixão por coisas e pessoas que revelarão
seu poder de condenação e levarão a vida a contemplar o caos. É a supremacia de Tânatos sobre Eros, quando o
impulso da vida é vencido pelo da morte e nesta contradição encontra-se toda a
condição humana.
Os gregos acreditavam que Eros, o deus do amor, adormeceu
numa caverna e, ao perder suas flechas, misturou-as com as de Tânatos, o deus
da morte. A partir de então as flechas do amor misturam-se com as da morte mas
as flechas de Tânatos permaneceram para sempre como um atalho para o destino
dos homens.
Nenhum comentário:
Postar um comentário