quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

As palavras, as cores e os sons

Quando Drummond escreveu “penetra surdamente no reino das palavras”, acrescentando que lá estão os poemas que esperam ser escritos, reconhecia na palavra o repositório de toda a poesia humana,  não apenas aquela que ainda aguarda o poeta. Pois é na linguagem que se encontram todos os poemas e também o pensamento acumulado pela vivência das gerações humanas.

É assim também na pintura, pois o matiz das cores guarda o potencial da expressão artística ainda à espera da criação. Em todos os sons cuja vibração chega ao ouvido humano encontra-se também a música que espera o compositor. Na matéria, no espaço e no sonho está a fonte de todas as expressões da arte, até daquelas que ainda não existem e vão existir no futuro.


A arte expressa, assim, um tipo de conhecimento cuja descoberta se dá  percorrendo a trilha das emoções. É a maneira de o homem ser capaz de sentir o que a inteligência não alcança: o concerto do universo, o entendimento do mundo, o cosmos, o infinito, tangenciados pela magia das palavras, das cores e dos sons.

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