O instinto vital e o de sobrevivência estão na origem do
valor que atribuímos à vida. Pois não há nada senão a vida. Sentimos desde muito
cedo que este é o valor supremo, por isso damos tanta importância à saúde do
corpo e da mente. É o que garante a
possibilidade de ser. O contrário seria o nada absoluto.
Temos a intuição do ser porque a nossa ligação com a vida
nos dá a compreensão do que somos, do que nos cerca, da fruição do prazer e da
experiência da dor. Os suicidas, em sua rejeição do ato de existir, revelam
tristeza tão profunda, tanto sofrimento da alma que são capazes de preferir o
nada, algo que temos dificuldade em compreender. O que seria o nada?
O choque que experimentamos diante da violência extrema é a
medida do valor que damos à vida. A morte dos inocentes, a decapitação, o
estrangulamento, a crucificação de que temos notícia significam o horror porque
são a negação de tudo. Não há possibilidade de nenhum valor se afirmar perante
a obscenidade do homicídio.
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