sábado, 29 de janeiro de 2011
Verão
Sob calor superior a 40 gaus, Copacabana faz a alegria dos banhistas numa praia entulhada de corpos molhados de suor. Turistas acotovelam-se na beira-mar, a água fria provoca choques térmicos e os vendedores suados, bufantes, cobrem o espaço da areia com seus produtos contra a sede. O vendedor de sacolé fatura R$12 mil por semana e o de água de coco R$400 por dia.
Na Barata Ribeiro, os bares estão com todas as mesas ocupadas e reclamam da pontualidade na entrega do chope. As fábricas não conseguem atender aos pedidos, a produção ocupa toda a capacidade instalada. Os clientes esvaziam o copo de uma só vez, ávidamente, a curtos goles, quase sem respirar.
Os velhos se abanam, disputam a sombra, o sol atravessa os chapéus, muitos desejam chuva ao mesmo tempo em que revelam o temor da destruição que pode trazer. Na esquina, Marquinhos, molhado de suor, vocifera, olha para o céu e cospe para cima.
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Um comentário:
UNFF!ARGH....É a barbárie, Celso. Não há civilização possível sob um calor desses...
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