quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Khadji Murát


A última história contada por Léon Tolstói começa e termina falando de uma flor chamada bardana. Mas é uma novela que narra a saga de um guerreiro tchetcheno que viveu antigamente, numa época em que os tchetchenos já lutavam contra os russos. Tolstói, um dos maiores escritores da história de todas as literaturas, era um pacifista. Em Khadji Murát, no entanto, o tema é a guerra, com sua brutalidade e a coragem que exige dos homens.

O perfil do Czar Nicolau I, traçado neste livro, “com um olhar sem vida, o peito inflado e a barriga comprimida, que transbordava por cima e por baixo da compressão”, é o de um tirano insensível, cruel e ridículo. O poder absoluto, na maioria das vezes, está em mãos de pessoas medíocres.

Publicado em 1912, dois anos depois da morte do autor, Khadji Murát tem sua origem na época em que Tolstói serviu como oficial do exército russo no Cáucaso e ouviu dos camponeses a história do guerreiro que resolveu seguir o seu próprio caminho. Foi a última manifestação do vigor criativo de um grande escritor antes de morrer.

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