quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Um bicho da terra tão pequeno




A postagem de ontem talvez ficasse melhor ilustrada com a última estrofe do primeiro canto de Os Lusíadas:




No mar tanta tormenta, e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida!
Na terra tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade avorrecida!
Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme, e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno?

Um comentário:

heliojesuino disse...

Em seu blog 'mundo fantasmo' o Bráulio Tavares publicou trecho de um poema do Puschkin em que São Petersburgo é destruída pela enchente do rio.

éimpressionante a semelhança com as imgens que vimos pela TV:

“O rio desabou com ódio e tumulto, inundou as ilhas, fez-se cada vez mais feroz, elevou-se e rugiu como uma máquina exalando vapor e, frenético, desabou finalmente sobre a cidade. (...) Um cerco! Um ataque! Ondas sobem até as janelas, como bestas selvagens. Barcos, numa massa desordenada, quebram os vidros com as popas. Pontes que o dilúvio rompeu, fragmentos de cabines, vigas, tetos, as mercadorias dos comerciantes precavidos, os pertences arruinados dos pobres, as rodas das carruagens da cidade, os caixões do cemitério, tudo flutua à deriva pela cidade”.