Afastado da poesia, o poeta cego mergulha
na escuridão. Há ventos gelados e em volta tudo o leva a pensamentos suicidas. O
som da guitarra o transporta ao tempo em que a música traduzia meditações,
percepções e sentimentos do mundo.
Precisa do poema como o afogado preso no
fundo do mar a quem lhe falta a respiração. Sufoca. Algo se move nos olhos além
da íris mas são flocos de esquecimento. Compreende o olhar dos deserdados, o
sofrimento do escritor obrigado a escrever e escrever significa dor, agudas setas
que lhe ferem o que resta de sentimentos.
Compreende o álcool na vida de Hemingway,
Dylan Thomas, tantos outros. A droga e a automutilação das emoções que atacam
todos os viventes. Os ventos da depressão, emoções doentias, o desejo afastado
da morte, a salvação na angústia de Beethoven e na alegria de Schiller, ambas presentes
na mesma sinfonia.
5 comentários:
Muito bom...
É ótimo ver seu blog funcionando.
Fabricação de portão em Alumínio ABC
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